quarta-feira, 11 de maio de 2011

Moléculas orgânicas descobertas em pedaço de asteroide




Cientistas italianos fizeram testes com um pedaço de asteróide e descobriram que ele é capaz de formar moléculas orgânicas essenciais para a vida no nosso planeta.



O asteroide em questão caiu na Terra no dia 28 de setembro de 1969, nas proximidades do vilarejo de Murchison, em Victoria, Austrália. Testes mostraram que ele estava cheio de aminoácidos e outros compostos químicos encontrados no nosso material genético. Esta descoberta mostra que o espaço não é um lugar “esterilizado” como se pensava e que a química orgânica está presente por lá, também. Esse pode ser um sinal de que as moléculas responsáveis pela vida aqui na Terra podem ter vindo do espaço. Por enquanto, são só especulações.



Mas, como essas moléculas se formaram? De acordo com Raffaele Saladino e seus colegas da Universidade de Tuscia, de Viterbo, Itália, se perguntam se elas não se formaram dentro dos asteroides e parte deles, os meteoritos, se soltou e chegou por aqui. O grupo de cientistas sabia que uma molécula simples, chamada formamida, está presente no espaço e que pode se transformar em diversas biomoléculas. Eles tomaram esta evidência como ponto de partida.



Os pesquisadores pegaram um grama do meteorito Murchison, transformou em pó e removeu todas as moléculas orgânicas, deixando apenas o mineral. Elas foram misturadas com formamida e aquecidas a 140ºC, por 48 horas. A reação produziu ácidos nucléicos – bases do DNA e RNA – além de glicina, ácidos carboxílicos e um precursor do açúcar. Isto sugere que o asteroide de onde veio o Murchison era uma “fábrica de substâncias químicas”, disse Saladino.



O grupo também verificou que os mineirais do meteorite eram capazes de estabilizar RNA, que alguns consideram o primeiro material genético surgido. As moléculas de RNA reagem com a água e quebram com facilidade. A maioria dos minerais acelera esse processo, mas os cientistas italianos perceberam que os minerais do Murchison não o faziam. “Se RNA pudesse ser sintetizado, dentro do asteroide, o ambiente garantiria que ele não iria se desestabilizar”, conclui Saladino.





Fonte: hypescience

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