quarta-feira, 30 de março de 2011

Uma cratera gigante criada por um meteorito no Brasil


A poucos metros do município de Pontal do Araguaia, divisa com o estado de Goiás, desce abrupto o rio Araguaia, um dos maiores rios de Mato Grosso, tributário da Bacia do Amazonas. O rio, que é conhecido pela presença de areia em toda a sua calha, formando praias imensas no período de seca, entra nos vales da região e vai cortando as rochas, desenhando fendas de vários tamanhos. Passa por uma área de cerca de 100 km até o município de Torixoréu, espremido por formações geológicas estranhas, como se a terra tivesse passado por um trauma de grandes proporções, um choque estelar. Foi mais do que isso, a região foi a mais atingida pelo maior choque de meteorito que o planeta verde já teve. Ao observar o rio nesta região, dá para se ter uma idéia da riqueza geológica do local e que deu o nome na região de "Alcantilado do Araguaia" .


A cratera é formada por um núcleo de 40 km de diâmetro, onde o meteorito caiu e formou dois grandes anéis de rochas fundidas e contorcidas, que totalizam aproximadamente 1,300 mil quilômetros quadrados. Essa deverá ser a área onde o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) pretende criar ainda este ano uma nova Unidade de Conservação (UC).

Segundo técnicos do órgão que estão à frente dos estudos no local, o "Domo de Araguainha", como é conhecido internacionalmente, deverá ser considerado oficialmente o primeiro monumento natural do Brasil.

Desde 1964, geólogos da Alemanha, França, Japão e Estados Unidos visitam a região de Araguainha investigando que fenômenos de grandes proporções teriam causado tantos transtornos geológicos naquele lugar. No início, os geólogos acreditavam que a área teria sofrido grandes atividades vulcânicas mas, a partir de 1973, os americanos Dietz e French apresentaram a hipótese de que a formação do domo teria sido causada por um impacto de corpo celeste de grandes dimensões contra a superfície da Terra.

Antes disso, em 1970, técnicos da Petrobrás identificaram que as camadas de rochas sedimentares da Bacia do Paraná, situadas na região, estavam arqueadas devido a ascensão de um núcleo de granito que hoje aparece no centro da cratera e apelidaram o local de Domo de Araguainha. Mas ainda não havia provas de que naquele lugar a terra sofrera um grande impacto por queda de uma meteorito.

Em 1978, o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Álvaro Crósta chegou à região e iniciou suas pesquisas de mestrado junto ao Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e, pela primeira vez, conseguiu provas de que ali teria havido um dos maiores choques que o planeta teve com um meteorito. "Essa estrutura era, até então, tida como de origem ígnea (da natureza) e graças aos resultados que obtive nessa pesquisa ficou demonstrada a origem por impacto", diz. Foram usados mapeamentos geológicos, análises petrográficas de amostras de embasamentos graníticos e das brechas nas rochas da Formação Furnas.

Uma outra forte evidência é a ocorrência de rochas com formações de shatter cones de arenito, como se fossem estrias nas pedras. Crósta diz que os estudos continuam na região, pois existem sinais de fenômenos geológicos combinados e posteriores ao choque, como os vulcânicos, e que tempos depois teria separado os continentes. O pesquisador não parou mais de estudar o domo. Tem doutorado na Inglaterra e atualmente é professor titular de Geologia da Unicamp e também diretor do Instituto de Geociências da universidade.

O meteorito que caiu na região de Araguainha tinha entre 2 km a 2,5 km de diâmetro. Mesmo sendo brecado pela atmosfera, bateu no solo a uma velocidade de 60 mil km/h, um impacto equivalente à intensidade de 1 milhão de bombas nucleares. Abriu-se uma cratera enorme que pode ter chegado a 7 km de profundidade, lançando material rochoso (fragmentos de rochas, rochas fundidas e poeira) a dezenas de quilômetros de altitude, alcançando a atmosfera da Terra e fora do planeta. A poeira pairou por cerca de 2 meses.

Segundo o professor, o choque pode ter sido um dos motivos da maior extinção de vida na Terra ocorrida há 250 milhões de anos e que dizimou cerca de 70% de todas as formas de vida. "Naquela época, a região certamente era uma plataforma marinha rasa, pois existem muitas evidências de tipos de sedimentos com fósseis marinhos", diz. Mas dificil mesmo é identificar amostras do meteorito, pois os estragos no solo e as formações geológicas que surgiram logo em seguida ao choque foram erodindo com o tempo. "É uma cratera antiga portanto difícil de recuperar vestígios. A cratera formada já não tem mais de 1 quilômetro de profundidade", comenta o cientista.

Como o material rochoso subiu como se fosse larva vulcânica e foi jogado para fora, sedimentou-se como se fosse uma cúpula ou um prato fundo virado para baixo. Por isso leva o nome de domo.

O "Domo de Araguainha" é hoje um complexo de rochas contorcidas, nascentes de córregos da bacia do rio Araguaia,

Ao caminhar pelo local, percebe-se que rochas imensas foram lançadas com violência ao solo e ficaram como se estivessem suspensas, muitas parecem ter sido quebradas, fatiadas ou mesmo encaixadas em outras pedras menores. O tempo, clima e ventos delinearam formas únicas. Um dos pontos mais conhecidos é a janela do universo, um mural de rochas com uma grande fenda ao meio. No centro do Domo, dentro da histórica fazenda Pedras Altas, uma escultura natural impressionante é o labirinto de pedras, no alto da morraria. Parece ter sido encaixado no local, pedra ao lado de pedra, muito difícil de chegar até elas por causa das fendas profundas, cerrado fechado e marimbondos.

Um campo magnético invertido

O "Domo de Araguainha" se transformou em um dos mais importantes laboratórios geológicos do planeta. Álvaro Crosta diz que esse tipo de cratera é rara na Terra "porque tem registrado um passado muito antigo, anterior à existência dos dinossauros, quando existia apenas um supercontinente. O pesquisador comenta que muita coisa já se perdeu por causa do dinamismo de fenômenos geológicos que ocorreram após o choque, mesmo assim o potencial científico do local é imensurável. Na atualidade existem no local estudos sobre a presença de um campo magnético invertido (Geofísica), a presença de bombas hematitas (pedras de ferro fundido) e pesquisas ligadas a Astronomia.

Desde o início da década de 90 foram feitas inúmeras solicitações de cientistas nacionais e internacionais para que o "Domo de Araguainha" seja reconhecido como monumento geológico brasileiro e um patrimônio da humanidade. A principal recomendação é da Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleontológicos (Sigep). Até 2006 haviam registradas 150 crateras na Terra, 11 na América do Sul. A mais famosa delas e que recebe mais de 1 milhão de turistas por ano fica no estado americano do Arizona, chamada Barringer, com 50 mil anos.

cavernas e vales bem delineados. No solo, diversos tipos de rochas podem ser encontradas, principalmente o granito, que hoje só é encontrado na região numa profundidade entre 1 e 2 km, mas com o choque foi jogado para cima da cratera e pode ser encontrado em até 20 km de distância do centro. Outro tipo de rocha que chama a atenção de moradores e pesquisadores são as bombas hematitas, uma anomalia de irídio fundido.

No entorno do núcleo, o astroblema, como é chamado pela ciência, forma dois anéis de morros disformes e cobertos pelo cerrado bem conservado da região. Se for vista numa altura de 36 mil pés (altura de um Boeing), os anéis da cratera demonstram facilmente que foram formados como se a Terra tivesse rachado no núcleo e espremido o solo em seu entorno. Tudo ficou deformado e como que derretido pelas rochas.

Fonte: EXPRESSOMT

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tunisia, in search of ancient meteorites




Imagine picking up a piece of the asteroid Vesta from a rocky desert hillside, the first person ever to touch that meteorite in history. That’s exactly what all of the members of Astronomy magazine’s Tunisian tour group got to do around noontime on Wednesday, March 23. We were guests of Aljane Habib, director of the Museum of the Memory of Earth, the geological museum in Tataouine, Tunisia. He escorted us about 4 kilometers northwest of the town to a hillside containing mostly Jurassic limestone that is centered on the meteorite’s strewn field, the area where pieces of the stones landed. What an electric thrill for all 22 of our travelers, accompanied by tour operator Melita Thorpe, planetary scientist Chris McKay, and me, to find numerous small pieces of the fabled meteorite.




The meteorite fell June 27, 1931, and resulted from an airburst above ground that produced fractured stones without a significant fusion crust. Tataouine fragments fell over a strewn field of about a square kilometer, and about 13.5 kilograms of the meteorite have been recovered to date. It is an achondrite, a rare type called a diogenite, which ties it to the asteroid 4 Vesta as the parent body. This is a real rarity: The origins of most meteorites are not known. Tataouine has a strange, olive-green color that comes from the fact that it contains large orthopyroxene crystals, silicate minerals that contain some iron, which colors them green. They also have black inclusions of chromite — iron chromium oxide. Overall, the stones appear agate-like, and are sometimes almost translucent; this made spotting them on the ground of the Sahara possible because the hill containing the strewn field must have had 10 million rocks on it. We all spotted small green pieces of the meteorite, some as large as a centimeter and a half or more, but most very small. Nonetheless, it was a thrill to pick up meteoritic pieces for the first time.




Before going to the strewn field, we visited Ksar Ouled Soltane, an ancient Berber fortified hilltop granary. This amazing ancient site is now something of a tourist attraction, and its incredible state of preservation astonishes visitors who see it. The site was also used in at least one Star Wars film as a movie backdrop, and the region inspired the fictional planetary setting Tattooine from the Star Wars series.



To cap off the day, I spoke to the group about the explosive advances in understanding the universe that we’ve witnessed over the past 10 to 15 years, ranging from understanding black holes to exoplanet discoveries, to the formation of the Moon, to dark energy, to the Milky Way’s structure, and many more topics. We called it a day with a nice, relaxing dinner, all of us astonished to have explored a meteorite field for the first time in our lives.




News Source: CS Astronomy

terça-feira, 22 de março de 2011

Queda de meteorito na cidade de Varre-Sai, Brasil





RIO DE JANEIRO - A pequena cidade de Varre-Sai, a 375 quilômetros da capital fluminense, se tornou destino de um tipo diferente de turistas - os caçadores de meteoritos. Eles estão à procura de fragmentos de um objeto que caiu no município em 19 de junho. No início deste mês, um casal de bolivianos foi preso no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, com três pedaços do meteorito. O prefeito da cidade, Everardo Ferreira (PP), oferece bicicletas de recompensa aos estudantes que recuperarem partes da pedra.


"Queremos incentivar os alunos para que estudem a região, vivenciem esse achado tão importante para a cidade. E queremos também que o meteorito fique em Varre-Sai. Pessoas de outros países vieram procurar o meteorito por conta de sua importância científica", afirmou Ferreira, que pretende criar um museu astronômico como forma de fomentar o turismo na região.


Varre-Sai entrou para a rota do comércio de meteoritos na noite de 19 de junho, quando o agricultor Germano da Silva Oliveira, de 62 anos, viu um rastro vermelho no céu e uma explosão, que clareou tudo. No dia seguinte, ele caminhou até um campo de plantação de mandioca e encontrou a pedra acinzentada de cerca de 600 gramas e 12 centímetros. Levou para que os professores da escola municipal avaliassem.


Deu sorte. A professora Filomena Ridolphi, cadastrada na Olimpíada Brasileira de Astronomia, reconheceu a importância do material achado por Oliveira. O físico Marcelo de Oliveira Souza, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense e coordenador do Clube de Astronomia Louis Cruls, explica que há poucos registros de quedas de meteorito. "E o resgate é mais raro ainda. Os relatos do senhor Germano são importantíssimos para que possamos entender a trajetória, como chegou à atmosfera. Cada meteorito pode trazer informações novas sobre a formação do sistema solar. Ficou milhões de anos vagando pelo universo", afirma.


O último registro de meteorito a cair no Rio de Janeiro, com relatos e o posterior resgate, é de 1869. Souza e um grupo de pesquisadores também vasculharam a região em que Germano Oliveira viu cair o meteorito, mas nada encontraram. Estima-se que haja um pedaço gigante, de cerca de 20 quilos. "Há um comércio mundial de meteorito. São pessoas motivadas por interesses científicos, às vezes são colecionadores, outros compram apenas para especular", afirma Souza.


Uma rocha como a que Oliveira encontrou valeria entre R$ 15 mil e R$ 18 mil. A rocha de 20 quilos, R$ 1 milhão. "A prefeitura está interessada em comprar, mas não vai entrar em leilão", avisou o prefeito. Os bolivianos detidos, Benjamin Rivera e Cláudia Avellar, pagaram R$ 170 por um dos fragmentos. "Eles compraram de um adolescente, e o rapaz acabou contando. Mas nem sabíamos que estavam com outros dois pedaços", diz Souza. "Nossa luta é que o meteorito permaneça na região. Só o anúncio de um meteoro fez aumentar muito a procura pelo clube de astronomia".


Enquanto não decide se vende ou não o meteorito, o agricultor pediu que a rocha fique guardada num cofre da prefeitura. O prefeito encomendou três réplicas que ficarão expostas na cidade. A Universidade Federal do Rio de Janeiro também está estudando a composição do material encontrado.

Fonte da notícia: Estadão.com.br/ciência

segunda-feira, 21 de março de 2011

Museu paga US$ 10.000 por meteorito que caiu na Virgínia (EUA)



O Museu de História Natural Smithsonian, em Washington (EUA), pagou US$ 10.000 (cerca de R$ 16.600) por um meteorito que caiu em um centro médico no Estado americano da Virgínia, no ano passado.


Os médicos Marc Gallini e Frank Ciampi, do centro, receberam a quantia e a doaram para a organização Médicos sem Fronteiras.


A nova aquisição passa assim a integrar o acervo do Smithsonian, que é uma das maiores coleções mundiais de objetos relacionados à história natural.


Do tamanho de uma bola de tênis, o meteorito despencou do espaço em janeiro de 2010 e foi parar na sala de

exames do centro médico.


Na época, o proprietário do prédio pediu judicialmente o meteorito, mas depois retirou a petição.

Meteorito caiu na sala de exames; dinheiro obtido com a venda foi para o Médicos sem Fronteiras

Fonte da notícia: Jornal Floripa

Cientista garante ter encontrado sinais de vida microscópica em meteoritos



Um cientista da NASA (agência espacial norte-americana) revela ter encontrado minúsculas bactérias fossilizadas em três meteoritos e garante que estas microscópicas formas de vida não são originárias da Terra.


A confirmar-se, esta descoberta pode sugerir que há vida espalhada no universo e que a vida na Terra pode ter vindo de outros pontos do sistema solar através de cometas, por exemplo.

O estudo, publicado sexta-feira na revista “The Journal of Cosmology”, é considerado tão controverso que é acompanhado por uma declaração do editor da revista que procura comentários científicos ao artigo, para serem publicados a partir de hoje.

No artigo, o astrobiólogo Richard Hoover defende que existem provas de microfósseis semelhantes a cianobactérias na superfície de três meteoritos. Estas estruturas microscópicas continham grandes quantidades de carbono, sinal de vida na Terra, e quase nenhum nitrogénio, explicou ontem Hoover à agência Reuters. O nitrogénio também pode ser um sinal de vida mas a sua ausência pode apenas significar que o nitrogénio que possa ter existido naquelas estruturas se decompôs numa forma gasosa há muito tempo, defendeu o investigador.

“Há muito que sabemos da existência de bio-indicadores muito interessantes em meteoritos e que a detecção de estruturas que são muito semelhantes... às cianobactérias conhecidas na Terra é interessante na medida em que indica que a vida não se restringe ao planeta Terra”, comentou Hoover.

Hoover, que trabalha no Centro de Voos Espaciais Marshall da NASA, em Alabama, especializou-se no estudo de microscópicas formas de vida que sobrevivem em ambientes extremos, como os glaciares, permafrost (solo permanentemente gelado) e nascentes termais. Não é o primeiro a defender a vida microscópica em outros mundos. Em 1996, cientistas da NASA apresentaram estudos que indicavam provas de vida fossilizada vinda de Marte num meteorito encontrado na Antárctida. Desde então, esta descoberta tem sido refutada e as provas mostraram-se ilusivas e difíceis de compreender.

A descoberta de Hoover pode conhecer o mesmo destino. Numa declaração publicada na revista, o seu editor, Rudy Schild, afirma que Hoover é um “cientista respeitado e um astrobiólogo com carreira credível na NASA”. Mas, “dada a natureza controversa da sua descoberta, convidámos cem especialistas e emitimos um convite geral a mais de cinco mil cientistas para analisar o artigo e apresentarem a sua análise crítica”.


Fonte da notícia: Publico