quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A busca por pedras do Espaço


Em uma caça que faz com que o provérbio “procurar agulha no palheiro” pareça fácil, os cientistas começaram a buscar restos de um meteoro que iluminou os céus dos EUA. Como eles sabem por onde começar e por que se preocupar?

O meteoro, que apareceu como um deslumbrante raio de chama, foi provavelmente um pedaço de rocha espacial do tamanho de uma bola de futebol.

Cientistas acreditam que minúsculos pedaços do meteoro – meteoritos – poderiam ter sobrevivido à queda na Terra e começaram a coleta de dados para auxiliar a pesquisa.

A bola de fogo voou para o leste sobre o sul da Califórnia, foi observada em Nevada e Arizona e foi vista pela última vez em desintegração no céu sobre Phoenix, a capital do estado do Arizona, de acordo com relatos da mídia, testemunhas oculares e astrônomos.

Muitos dos que viram o fenômeno telefonaram para as autoridades e capturaram imagens em câmeras de celulares. As filmagens foram espalhadas pelo Twitter e pelos meios de comunicação. As testemunhas descrevem o fenômeno como uma estrela cadente que se quebra em pedaços.

Se encontrados, os meteoritos poderiam fornecer pistas sobre as origens do nosso sistema solar e da química e física de outros corpos celestes.

Blocos

A maioria dos meteoritos são mais velhos do que qualquer das rochas que se encontram sobre a terra. Eles são, essencialmente, os primordiais blocos de construção do sistema solar.

Suspeita-se que a bola de fogo era um pedaço de rocha espacial viajando a cerca de a 32 quilômetros por segundo e estava a 48 quilômetros de distância do chão quando se queimou.

Apesar de meteoros caírem em vários lugares a cada dia, este apareceu em mais de uma área bastante povoada, em um momento conveniente, no início da noite, por isso foi amplamente visto e relatado.

Pesquisadores consultam uma variedade de fontes para chegar ao centro de onde a bola fogo possa ter deixado vestígios para tentar restringir uma área de pesquisa de meteoritos.

Os levantamentos incluem testemunhas oculares e uma variedade de registros e tecnologias, incluindo satélites, câmeras astronômicas, radares, vídeos amadores e câmeras de painéis em carros da polícia.

Os pesquisadores vão tentar reunir os dados para triangular o caminho e, assim, eles serão capazes de calcular onde os meteoritos são suscetíveis de ser encontrados.

Buscas

Meteoritos que sobrevivem a queda, queimando através da atmosfera da Terra, continuam viajando dezenas de quilômetros antes de finalmente atingirem o chão.

Para encontrá-los, os pesquisadores também levam em conta a direção e a velocidade dos ventos na atmosfera da Terra.

Assim que uma área de busca é modelada, muitas vezes os cientistas pedem a moradores locais que se juntem às pesquisas, ajudando a descobrir telhados danificados, carros, etc.

O problema é que existem variados tipos de pedras em todo o mundo e a grande maioria das rochas incomuns as pessoas já acham que pode ser um meteorito.

Os pesquisadores dão dicas: se a pedra é imantada, se tiver uma fina e escura crosta, com apenas um milímetro ou dois de espessura, isso é um bom sinal.

Em 2000, cientistas recuperarm 1 quilo de meteoritos em uma área de 64 quilômetros quadrados, depois de um piloto local descobrir o primeiro fragmento. Ele coletou as amostras usando sacos plásticos e armazenou tudo em seu freezer até que pudesse entregar aos pesquisadores.

Oito anos mais tarde, uma equipe encontrou 47 meteoritos em um deserto do Sudão. Astrônomos tinham rastreado o corpo caindo através do espaço a partir de um telescópio no Arizona e previram a ampla área de seu impacto.

No caso do Sudão, a busca foi feita através dos relatos de testemunhas e dos dados coletados nos EUA. A pesquisa foi feita a pé, com 45 pessoas alinhadas caminhando no deserto. Demorou cerca de duas horas, isso porque o alvo já estava traçado.

No caso da mais recente bola de fogo – que deve ter deixado cair meteoritos – os pesquisadores serão auxiliados pelo fato de que a queda aconteceu em uma área mais densamente povoada em relação ao deserto do Sudão.


Fonte: HypeScience

terça-feira, 27 de setembro de 2011

'Bola de fogo' cai do céu na Argentina


Uma mulher peruana morreu e outras oito pessoas ficaram feridas nesta segunda-feira, nos arredores de Buenos Aires, devido a uma misteriosa explosão - causada, segundo o relato de testemunhas, por "uma bola de fogo que caiu do céu". A agência AFP informou que o número de feridos chegou a nove. O incidente ocorreu no município de Monte Grande, que fica no "partido" (divisão) de Esteban Echeverría, na província de Buenos Aires.

Em um primeiro momento, a polícia havia informado que a vítima era paraguaia, mas as autoridades esclareceram depois que se trata de uma peruana de 43 anos, identificada como Silvia Espinoza, que tinha viajado à Argentina para visitar seus parentes. A explosão, que ocorreu nesta madrugada e até agora não teve sua origem determinada, deixou duas casas e três veículos destruídos, indicaram porta-vozes da polícia.

Dois dos feridos já receberam alta - Yeanigres Cornejo Medina e Fabián Sequeira. Os outros feridos permanecem internados em um hospital próximo - são eles Rodrigo Sequeira, 16 anos, Orlando Pedroso, 39 anos, Paola Pedroso, 24 anos, Alejandra Rodríguez, 41 anos, Julio Espinosa, 38 anos, e Hilda Ortiz, 47 anos.

Autoridades investigam a possibilidade de que a explosão tenha sido causada por um vazamento de gás. O chefe do Corpo de Bombeiros de Esteban Echeverría, Guillermo Pérez, afirmou ao jornal Clarín que foi retirado dos escombros um "tubo de gás de 45 kg, perto de um forno destruído". O material foi levado para ser analisado pela Polícia Federal argentina.

Sobre as hipóteses de queda de um meteorito ou de lixo espacial, Pérez afirmou que "todos os testes foram feitos e não havia radiação" no local do incidente. "A explosão foi muito grande", afirmou o chefe dos bombeiros ao Clarín.

"A cama onde eu dormia se levantou do apartamento, as madeiras do teto se dobraram e todos os vidros da minha casa explodiram. Quando saí na rua, caía um fogo de cima que incendiou um poste a 20 metros", afirmou um morador da área à imprensa local. Uma outra testemunha afirmou que saiu de sua casa por conta da explosão e viu "que havia fogo que vinha do alto, algo do céu".

"As perícias mal começaram e o resto são especulações. Não queremos nos aventurar a levantar nenhuma hipótese", declarou o intendente de Esteban Echeverría, Fernando Gray. As autoridades declararam que a origem da explosão deve ser esclarecida nas próximas horas.


Fonte: Terra Brasil

terça-feira, 6 de setembro de 2011

"Caçador de meteoritos" ocupa o tempo à procura de pedras oriundas do espaço





Eles percorrem o planeta na busca de fragmentos de matéria cósmica que caem na superfície da Terra; são "caçadores de meteoritos", uma tarefa à qual se dedicam de corpo e alma muito poucas pessoas no mundo, entre elas o espanhol José Vicente Casado. "Encontrar meteoritos é minha forma de viver, esse é meu trabalho", afirma José, que em entrevista à agência Efe quis "desmistificar" algumas das lendas que circulam ao redor destas rochas do espaço.


"As pessoas veem continuamente meteoritos por todas as partes e, além disso, pensam que são enormes, que um vai cair em cima de nós e vai nos extinguir", resume. Na sua opinião, acredita-se que são abundantes, mas achar um é "algo extraordinário", porque embora se veja uma estrela fugaz no horizonte e se presuma que esteja perto, pode cair a milhares de quilômetros.
José, da província de Leão, que há mais de 15 anos "caça" meteoritos e tem uma coleção de aproximadamente 120 peças - a mais completa da Espanha - acrescenta que no mundo todo não deve haver mais do que 20 pessoas que tenham tal profissão. Sua rotina habitual de trabalho consiste em se deslocar a zonas desérticas da África e da América do Sul, onde é mais fácil perceber a presença destas rochas, já que não existe vegetação para as esconder. No entanto, também encontrou meteoritos na Espanha, como os que achou na província de Palencia em 2004, em uma região de montanhas, circunstância que dificultou sua busca.
O maior pesava meio quilo, mas o habitual é que sejam pequenos, explica, porque quando um meteorito entra em contato com a atmosfera explode e provoca uma espécie de chuva de pedras. A este respeito, assinala que todos os dias caem entre 20 e 40 t de pó cósmico na superfície da Terra, embora meteoritos propriamente ditos devem ser em torno de 20 por ano.
"Aparentemente são pedras mais do que normais e é preciso usar um pequeno microscópio para comprovar se são boas. Às vezes achamos que são e não o são e outras vezes ocorre o contrário", diz. Acerca do custo econômico desta atividade, José Vicente Casado ressalta que para ele e para seus companheiros, as expedições não representam uma despesa muito alta porque eles viajam com restrição de gastos e, se necessário, dormem ao relento.
As peças recolhidas por José são usadas em exposições ou doadas para institutos científicos para estudos, o que, em suas palavras, pode acabar tendo inclusive "mais valor" do que se obteria ao vendê-las. Uma destas exposições será patrocinada pelo Museu da Siderurgia e Mineração de Castela e Leão, na localidade leonesa de Sabero, onde se explicarão questões como a formação e evolução do sistema solar e o surgimento da vida. O caçador de meteoritos José Vicente Casado deve pronunciar uma conferência no Museu na qual dará, diz, algumas pistas de como seguir o rastro destas rochas que "todo mundo quer encontrar".



Fonte: Terra.com.br